Sobre o  bestseller de Dan Brown, The Da Vinci Code

A Formação da Bíblia e os Evangelhos.

Na página 220 de O Código Da Vinci, temos a seguinte declaração: "- Aí é que está! - exclamou Teabing, cheio de entusiasmo. - A ironia fundamental da cristandade! A Bíblia, conforme a conhecemos hoje, foi uma colagem composta pelo imperador romano Constantino, o Grande".

Dan Brown, aqui faz referência ao Concílio de Niceia, onde a Igreja Católica Apostólica Romana, decidiu quais livros seriam compostos na Sagrada Escritura.

Pois bem, tudo teve início quando Roma estava passando por um momento crítico em relação à religião. Nessa época estava ocorrendo uma revolução religiosa. Trezentos anos após a crucificação de Cristo, seus seguidores haviam se multiplicado, resultando em uma luta entre cristãos e pagãos. O conflito chegou ao ponto de dividir Roma ao meio, levando Constantino a tomar uma atitude. O imperador, em 325 d.C. resolveu unificar Roma sob uma única religião: o cristianismo. Constantino utilizou várias estratégias para converter os pagãos adoradores do Sol em cristãos: fundindo símbolos, datas, rituais pagãos com tradição cristã em ascensão, ele gerou uma espécie de religião híbrida aceitável para ambas as partes. Ou seja, sincretismo.

Para cristalizar a nova tradição cristã, Constantino criou o Concílio de Nicéia, que consistia em uma reunião ecumênica. Durante essa reunião muitos aspectos foram debatidos e receberam votação, como a data da Páscoa, o papel dos bispos e a administração dos sacramentos, “além, naturalmente, da divindade de Jesus”, como aponta Brown (2004).

Constantino aproveitou que todos respeitavam e veneram Cristo, e o usou para conseguir colocar ordem em Roma novamente. Para conseguir manter seu poder, utilizou como base algumas palavras de Jesus e construiu a Bíblia, resultando em um livro onde se encontra o que seria o certo e o errado segundo a ótica do Imperador. Pode-se dizer que “Constantino moldou a face da cristandade como a conhecemos hoje em dia”, diz Brown (2004).

Enquanto isso, os primeiros cristãos não tinham essa Bíblia compilada pelos CATÓLICOS. Tinham sim um conjunto muito maior que até hoje está nos porões do VATICANO, mas cujas cópias circulam por todo o mundo. Encerram narrativas que mostram episódios da infancia de Jesus, e visões proféticas e apocalípticas, bem como os do velho testamento que narram episódios da vida dos Judeus.

Porém, a Bíblia feita por Constantino “omitia os evangelhos que falavam do aspecto humano de Cristo e enfatizada aqueles que o tratavam como divino. Os evangelhos anteriores foram considerados heréticos, reunidos e queimados”, aponta Brown (2004).Convém dizer que a pessoa era considerada herege ao escolher os evangelhos proibidos ao invés da Bíblia Constantino.E este era o objetivo da Igreja Católica.Foram estudados mais de 80 evangelhos para compor o Novo Testamento, e, no entanto apenas alguns foram escolhidos: Mateus,

Apócrifos do Novo Testamento

Os Apócrifos do Novo Testamento, também conhecidos como "evangelhos apócrifos", são uma coletânea de textos, alguns dos quais anônimos, escritos nos primeiros séculos do cristianismo, votados no Primeiro Concílio de Niceia, não reconhecidos pelo cristianismo ortodoxo e que, por isso, não foram incluídos no Cânone do Novo Testamento. Não existe um consenso entre todos os ramos da fé cristã sobre o que deveria ser considerado canônico e o que deveria ser apócrifo.

Na era moderna, muitos textos gnósticos foram recuperados, especialmente após a descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi em 1945. Alguns textos expõem a cosmologia esotérica e a ética defendida pelos gnósticos. Muitas vezes, isso ocorre na forma de diálogos em que Jesus expõe seu conhecimento esotérico enquanto seus discípulos fazem perguntas. Há também um texto, conhecido como Epistula Apostolorum, que é uma polémica contra o esoterismo gnóstico, mas escrito de maneira similar aos textos gnósticos