"(...) o Priorado de Sião criou uma ramificação militar - um grupo de
nove cavaleiros chamado de Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo
de Salomão - Langdon fez uma pausa. - Mais conhecida como os Cavaleiros
Templários".
A Ordem dos Cavaleiros Templários existiu por cerca de dois séculos na
Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito
original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a
Jerusalém após a sua conquista.
Os seus membros fizeram voto de pobreza e castidade para se tornarem monges,
usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo
passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros. Em decorrência do local
onde originalmente se estabeleceram (o monte do Templo em Jerusalém, onde
existira o Templo de Salomão, e onde se ergue a atual Mesquita de Al-Aqsa)
e do voto de pobreza e da fé em Cristo denominaram-se "Pobres Cavaleiros
de Cristo e do Templo de Salomão".
O consenso é de que o zelo genuíno dedicado a manter a Terra Santa sob
domínio cristão levou autoridades seculares e eclesiáticas a fazerem grandes
doações a essa ordem. Além disso, o para Inocêncio II emitiu uma bula estabelecendo
que esses cavaleiros respondiam apenas ao Sumo Pontifice. Essa independência
em relação a qualquer governo secular ou religioso aumentou não apenas
a fortuna dos templários como tembém seu poder.
O sucesso dos Templários esteve vinculado ao das Cruzadas. Quando a Terra
Santa foi perdida, o apoio à Ordem reduziu-se. Rumores acerca da cerimônia
de iniciação secreta dos Templários criaram desconfianças, e o rei Filipe
IV de França - também conhecido como Felipe, O Belo - profundamente endividado
com a Ordem, começou a pressionar o papa Clemente V a tomar medidas contra
eles. Em 1307, muitos dos membros da Ordem em França foram detidos e queimados
publicamente acusados de heresia, blasfêmia, homossexualismo e outros crimes
contra a Igreja e Deus.
Em 1312, o papa Clemente dissolveu a Ordem. O súbito desaparecimento da
maior parte da infraestrutura europeia da Ordem deu origem a especulações
e lendas, que mantêm o nome dos templários vivo até aos dias atuais. E
em 1314, a ordem desapareceu efetivamente, quando o último dos grão-mestres,
Jacques de Molay, foi queimado por ter negado sua confissão.
Com o passar do tempo, a Ordem do Templo ficou riquíssima e muito poderosa: receberam várias doações de terras na Europa, ganharam enorme poder político, militar e econômico, o que acabou permitindo estabelecer uma rede de grande influência no continente. Também começaram a ser admitidas na ordem, devido à necessidade de contingente, pessoas que não atendiam aos critérios que eram levados em conta no início. Logo, o fervor cristão, a vida austera e a vontade de defender os cristãos da morte deixaram de ser as motivações principais dos cavaleiros templários. As derrotas sofridas pela ordem reforçaram a ideia, nos altos escalões do clero, de que os templários já não cumpriam sua missão de liberar e proteger os caminhos para Jerusalém. A principal derrota aconteceu em 1291, quando os muçulmanos conquistaram São João de Acre, a última cidade cristã na Terra Santa . Antes de tal ocorrido, o rei Filipe, o Belo havia solicitado sua entrada na ordem, porém, não foi aceito por se recusar à abdicar de sua riquezas e poderes, a partir desse momento começou sua perseguição à Ordem do Templo. Na noite da sexta-feira 13 de março de 1314, o rei Filipe, o Belo e o papa Clemente V mandaram Jacques DeMolay (último grão-mestre dos templários) e Guy D'Auvergnuie (seu preceptor) à fogueira.
Filipe IV de França pensou em apropriar-se dos bens dos templários, e
por isso havia posto em andamento uma estratégia de descrédito, acusando-os
de heresia.
A ordem de prisão foi redigida em 14 de setembro de 1307 no dia da
exaltação da Santa Cruz, e no dia 13 de outubro de 1307 (uma sexta-feira)
o rei obrigou o comparecimento de todos os templários da França. Os templários
foram encarcerados em masmorras e submetidos a torturas para se declararem
culpados de heresia, no pergaminho redigido após a investigação dos interrogatórios,
no Castelo de Chinon, no qual Filipe IV de França (Felipe, o Belo), influenciado
por Guilherme de Nogaret, havia prendido ilicitamente o último grão-mestre
do Templo e alguns altos dignitários da Ordem.
Dela se aproveitou Filipe, o Belo, para se apoderar dos bens da ordem,
acusando-a de ter se corrompido. Ele encarcerou os superiores dos templários,
e, depois de um processo iníquo, os fez queimar vivos, pois obtivera deles
confissões sob tortura, que eram consideradas nulas pelas leis da Igreja
e da Inquisição, bem como pelos Concílio de Vienne (França) em 1311 e concílio
regional de Narbona (França) em 1243.
O chamado "Pergaminho de Chinon" ao declarar que Clemente V pretendia
absolver a ordem das acusações de heresia, e que poderia ter dado eventualmente
a absolvição ao último grão-mestre, Jacques de Molay, e aos demais cavaleiros,
suscitou a reação da monarquia francesa, de tal forma que obrigou o papa
Clemente V a uma discussão ambígua, sancionada em 1312, durante o Concílio
de Vienne, pela bula Vox in excelso, a qual declarava que o processo não
havia comprovado a acusação de heresia.
Após a descoberta nos arquivos do Vaticano, da ata de Chinon, assinada
por quatro cardeais, declarando a vontade de dar a inocência dos templários,
sete séculos após o processo, o mesmo foi recordado em uma cerimónia realizada
no Vaticano, a 25 de outubro de 2007, na Sala Vecchia do Sínodo, na presença
de monsenhor Raffaele Farina, arquivista bibliotecário da Santa Igreja
Romana, de monsenhor Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Secreto do Vaticano,
de Marco Maiorino, oficial do arquivo, de Franco Cardini, medievalista,
de Valerio Manfred, arqueólogo e escritor, e da escritora Barbara Frale,
descobridora do pergaminho e autora do livro "Os templários".
O Grão Priorado de Portugal esteve representado por Alberto da Silva Lopes,
Preceptor das Comendadorias e Grão Cruz da Ordem Suprema e Militar dos
Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão